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Quintal de Neblina

O que é o quintal de neblina?

O Quintal de Neblina não começou com uma ideia clara. Começou com uma sensação — a de que existia dentro de mim um lugar sem forma definida, mas que precisava existir fora também. Um canto entre o íntimo e o invisível, onde as coisas não precisam ser úteis, nem objetivas, nem urgentes. Um lugar em que o pensamento pode vagar, e não apenas correr.

Chamei de quintal porque é assim que ele se parece: um espaço atrás da casa, afastado da entrada principal, longe dos olhos apressados do cotidiano. No quintal, as coisas crescem meio sem direção, as plantas se misturam, os objetos esquecidos continuam ali, como se esperassem ser redescobertos um dia. É o lugar da infância, da memória, do improviso. Nada ali é espetáculo. Mas tudo tem presença.

E há a neblina. Não como algo que esconde, mas como algo que suaviza. Ela não apaga, ela desfoca, e assim permite outros olhares. A neblina não exige definição. Ela convida à pausa. À contemplação. Ao silêncio entre uma frase e outra.

O Quintal de Neblina é, então, esse entrelugar. Um espaço para escrever sem a obrigação de explicar. Para pensar sem concluir. Para sentir sem necessariamente traduzir em palavras claras. É onde deixo ideias amadurecendo, onde deposito perguntas que talvez nunca tenham respostas, onde a escrita não é meta, mas caminho.

Aqui, não há pretensão de saber tudo, só o desejo de observar com calma. De nomear devagar. De acolher até mesmo aquilo que não sei ainda como chamar.

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